quarta-feira, 11 de junho de 2014

INTERAÇÕES ECOLÓGICAS

Diversos tipos de interações podem ocorrer entre indivíduos de uma população ou entre populações de uma comunidade. Quando ocorre uma relação entre indivíduos da mesma espécie, dizemos que a interação é intra-específica. Dentro de uma comunidade, indivíduos de populações diferentes também podem interagir. Nesse caso quando a relação é entre indivíduos de espécies diferentes, dizemos que é uma interação interespecífica.
Tanto as relações intra-específicas quanto as interespecíficas podem ser harmônicas ou desarmônicas. Nas relações harmônicas não há prejuízos para os envolvidos e há vantagens pelo menos para um deles. Nas desarmônicas, pelo menos um dos envolvidos é prejudicado.

Interações intra-específicas
a) harmônicas
  • Colônias - Associação entre indivíduos da mesma espécie, que se mantêm ligados entre si, formando uma unidade estrutural. Ex.: Colônias de esponjas-do-mar e de corais.
  • Sociedades - Associação entre indivíduos da mesma espécie, não ligados anatomicamente, que se agrupam para divisão de trabalho, organizados portanto de modo cooperativo. Ex.: formigas, cupins e abelhas.
b) desarmônicas
  • Competição intra-específica - Relação entre indivíduos da mesma espécie, que concorrem pelos mesmos fatores do ambiente, existente em quantidade limitada, como alimento, abrigo ou território.
  • Canibalismo - Ocorre quando um indivíduo devora o outro da mesma espécie. É o caso do louva-a-deus ou da aranha viúva-negra, cuja fêmea devora o macho após a cópula.
Interações interespecíficas
a) harmônicas
  • Epifitismo ou inquilinismo - Associação entre plantas epífitas como orquídeas e bromélias e árvores, onde as epífitas desenvolvem-se sobre as árvores, beneficiando-se de uma posição favorável à captação de luz. As árvores que oferecem suporte não são beneficiadas nem prejudicadas.


  • Protocooperação - Associação entre espécies diferentes com benefícios para ambas, mas que não é indispensável para a sobrevivência delas. É o caso das garças e outras aves que se alimentam de carrapatos grudados em sua pele. Embora os participantes se beneficiem, eles podem viver de modo independente, sem a necessidade de se unir. Na protocooperação a união não é obrigatória.

  • Mutualismo - Associação entre duas espécies em que ambas se beneficiam, mas ao contrário da protocooperação, a coexistência é indispensável para a sobrevivência dos associados. Ex.: os liquens constituem uma associação mutualística entre algas e fungos. Os fungos protegem as algas, dão-lhes sustentação, água e sais minerais, criando condições para que elas realizem fotossíntese; o alimento fabricado pelas algas é compartilhado com os fungos. Separados, esses fungos e algas não sobrevivem.

b) desarmônicas
  • Parasitismo - Associação em que uma espécie (parasita) vive à custa de alimento retirado do corpo de outra (hospedeira). O parasita pode prejudicar, mas geralmente não causa a morte imediata do hospedeiro, mantendo assim sua fonte de alimento e abrigo. Ex.: Os pulgões são parasitas de plantas, das quais retiram seiva rica em açúcar, usada em sua alimentação.
  • Predatismo - Interação em que um indivíduo de uma espécie (predador) mata um indivíduo de outra (presa), que lhe serve de alimento. Ex.: A zebra é morta e devorada pelo leão.




                                              • Competição interespecífica - É quando duas espécies que têm nichos ecológicos semelhantes ou iguais num mesmo habitat, disputam pelos mesmos recursos ambientais (como água, alimento, espaço ou luz). Enquanto dura a competição, ocorre gasto excessivo de energia e menor quantidade de recursos fica disponível para cada um dos competidores, o que prejudica as duas espécies. Ex.: Entre tico-tico e pardal há intensa competição: seus hábitos alimentares são semelhantes, utilizam locais similares para a construção de ninhos e adaptam-se às mesmas condições ambientais em muitas áreas do Brasil.

                                              segunda-feira, 2 de junho de 2014

                                              CICLO DO NITROGÊNIO

                                              O nitrogênio é um elemento presente nas moléculas de aminoácidos, unidades das proteínas, e nas bases nitrogenadas, componentes dos ácidos nucleicos.

                                              78% do ar atmosférico é composto por gás nitrogênio (N2), sendo o grande reservatório desse elemento na natureza; apesar disso, a grande maioria dos seres vivos não consegue utilizar diretamente esse gás e incorporá-lo às suas moléculas orgânicas. Apenas algumas poucas espécies de bactérias conseguem retirar o nitrogênio do ar, transformando-o em substâncias utilizáveis pelos organismos vivos ou então retirando o nitrogênio das substâncias orgânicas e devolvendo-o à atmosfera para fechar o ciclo. A vida na Terra não seria possível sem esses microorganismos.

                                              Bactérias fixadoras de nitrogênio (principalmente do gênero Rhizobium) e cianobactérias (antigamente denominadas algas azuis), que vivem na água, no solo ou em associação com raízes de leguminosas, absorvem o nitrogênio gasoso (N2), transformando-o em amônia (NH3). Alguns vegetais, incluindo as leguminosas, utilizam a amônia diretamente para a produção de proteínas e ácidos nucléicos. Pela cadeias alimentares, as proteínas vegetais podem ser transferidas para os animais. A excreção animal libera resíduos nitrogenados, como a uréia, o ácido úrico e também a amônia; além disso, a morte de animais e de plantas origina também resíduos nitrogenados. Esses resíduos são degradados pelos decompositores, que produzem amônia.

                                              A amônia poderá seguir três caminhos: poderá ser utilizada diretamente pelas plantas, como já vimos; porém a maioria da amônia do solo será transformada em nitritos por bactérias nitrificantes e depois em nitratos, que ficam no solo e na água. Os nitratos podem ser absorvidos pelos vegetais, que os utilizam para a produção de proteína vegetal e ácidos nucleicos. Um terceiro caminho possível para a amônia é a sua absorção por bactérias desnitrificantes, que a transformam em nitrogênio gasoso (N2) e devolvem esse gás para a atmosfera. Parte dos nitratos também é absorvida por bactérias desnitrificantes e também são transformados em gás nitrogênio que é devolvido à atmosfera, fechando o ciclo.