domingo, 15 de fevereiro de 2009

Por que os biocombustíveis são ruins para as florestas úmidas?

Rhett A Butler, mongabay.comTraduzido por Marcela V.M. Mendes20 de Abril, 2008

Extraído de: http://pt.mongabay.com/news/2008/0420-080420-biofuels.html

Recentemente tem havido muito interesse no uso de plantas como combustível para substituir combustíveis fósseis como a gasolina e o diesel que contribuem para as emissões de gases de efeito estufa na atmosfera, aquecendo o planeta.

Esses combustíveis baseados em plantas, chamados de biocombustíveis, são tipicamente produzidos das plantações agrícolas. Existem dois tipos principais de biocombustíveis: etanol e biodiesel. O etanol é tipicamente feito de milho e cana de açúcar, enquanto o biodiesel é feito do óleo das frutas das palmeiras, soja, e a canola (também chamada rapeseed).

Enquanto os bicombustíveis produzidos das plantações agrícolas podem gerar menos poluição e emissões de gases de efeito estufa que os combustíveis fósseis convencionais na prática, os cientistas estão descobrindo que alguns estão causando problemas ambientais. Biocombustíveis podem também afetar os mais pobres. A razão é largamente econômica.

Agora que as plantações tradicionais estão sendo usadas para a produção de energia, há uma demanda aumentada por tais plantações, traduzindo em preços mais altos. Enquanto preços mais altos podem ser bons para alguns plantadores que recebem mais dinheiro pelas plantações que cultivam, os consumidores têm de pagar mais dinheiro pela comida. Nos países pobres, onde as pessoas têm pouco dinheiro, significa que muitas passam fome. Em 2007 e 2008 muitos países viram protestos e motins pelos povos que não podiam pagar pelos altos preços da comida.

Preços mais altos da comida estão também causando outros problemas. Para tirar vantagem dos altos preços, os fazendeiros ao redor do mundo estão convertendo as terras para as plantações. Com a maior parte da terra da América do Norte e Europa já são usadas para gado, a agricultura está expandindo em locais tropicais, especialmente no Brasil e na Indonésia, onde ainda há grandes áreas apropriadas para cultivo. O problema é que algumas dessas terras estão atualmente cobertas por florestas tropicais. Quando os fazendeiros desmatam as florestas para ranchos e pastagens, as árvores mortas liberam dióxido de carbono e outros gases de efeito estufa na atmosfera (assim como quando os combustíveis fósseis são queimados). E a destruição dessas florestas deslocam os povos indígenas e mata a vida selvagem. Portanto os bicombustíveis estão tendo um significante impacto no meio ambiente.

Alguns bicombustíveis são menos ruins que outros. Quando a plantação está crescida ou a agricultura está abandonada em áreas que não estão cobertas por ecossistemas naturais, elas podem ter um menor impacto no meio ambiente desde que fertilizantes e pesticidas não sejam usados em excesso. No futuro, novos tipos de bicombustíveis irão produzir ainda menos emissões de gases de efeito estufa e pode na verdade ajudar o meio ambiente. Por exemplo, o uso de gramas nativas para a produção de bicombustível nos Estados Unidos poderia oferecer rendimentos mais elevados e gerar menos poluição que o etanol baseado no milho. Ao mesmo tempo, essas gramíneas podem realçar a fertilidade do solo e não drenar a tabela de água.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

200 ANOS DE DARWIN

Se estivesse vivo, Charles Darwin completaria hoje 200 anos.

Nascido em uma família abastada e talentosa (seu pai era um médico respeitado e seu avô paterno, Erasmus Darwin poeta, médico e filósofo, era um defensor das idéias evolucionistas) no dia 12 de fevereiro de 1809, na cidade de Sherwsbury, Inglaterra, Charles Robert Darwin desde jovem foi um apaixonado pela natureza. Em 1825 começou a estudar medicina na Universidade de Edimburgo, Escócia. Lá permaneceu apenas dois anos, dirigindo-se então para Cambridge onde se formou pastor protestante. Porém nunca abandonou a história natural.

Em 1831, integrou-se em uma expedição para uma viagem ao redor do mundo que durou cerca de 5 anos. Durante a viagem, Darwin coletou espécimes e fez numerosas observações e anotações que serviriam de base para o desenvolvimento de suas idéias e posterior obra.

Retornando à Inglaterra, já convicto sobre a constante modificação dos seres vivos, Darwin organizou durante cerca de vinte anos suas idéias e anotações que culminou, em 1959, com a publicação de sua maior obra, A Origem das Espécies.

A idéia central da teoria evolutiva de Darwin baseia-se na “seleção natural”, ou seja, no ambiente selecionando os indivíduos mais adaptados, que sobrevivem e se reproduzem, enquanto que os indivíduos que não possuem características adaptativas, morrem e são excluídos.

Segundo Ernest Mayr (1904-2005), renomado evolucionista alemão e naturalizado norte-americano: “Darwin fez mais do que postular a evolução biológica. Ele explicou a evolução naturalmente, usando fenômenos e processos que qualquer um pode observar cotidianamente na natureza.”

A teoria da evolução é hoje, a pedra fundamental da biologia moderna e as idéias de Darwin, o alicerce dessa teoria.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

NOTA ZERO

Nota zero para o editorial publicado hoje na Folha de São Paulo!

Sim, nota zero para um editor que conseguiu desmoralizar uma classe inteira de profissionais ao colocar em dúvida a qualidade dos docentes concursados.

Vejam só, o editor daquele conceituado jornal conseguiu desqualificar todos os professores da Rede Estadual de Ensino do Estado de São Paulo ao escrever que os 130 mil docentes concursados não são muito melhores que aqueles que tiraram zero ou acertaram menos da metade da prova.

Como se pode afirmar uma coisa dessas? Será que ele não sabe que todos os professores que passaram em concurso conseguiram acertar mais da metade das questões de uma prova mais bem elaborada e muito mais difícil que aquela “provinha” que foi aplicada aos professores temporários?

A partir de agora terei que omitir de meu currículo a informação de que sou professor da Rede Estadual, pois senão nenhuma escola particular vai querer me contratar. Corremos o risco de sermos ridicularizados em qualquer lugar onde dissermos que somos professores do Estado.

Convido qualquer jornalista, de qualquer jornal ou revista, a conhecer a escola onde trabalho, e assim verificar a qualidade do corpo docente daquela escola. Se quiser, poderá até assistir a uma aula minha. Tenho certeza que vai aprender biologia.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

A DESCOBERTA DAS CÉLULAS

Foi no início do século XVII que as células foram vistas pela primeira vez. Nessa época o microscópio era muito mais um brinquedo curioso do que um instrumento científico importantíssimo que abriria os horizontes das ciências biológicas.
Foi nos fundos de sua loja de tecidos que o comerciante holandês Anton Von Leeuwenhoek, com um microscópio simples fabricado por ele mesmo, observou pela primeira vez células organismos microscópicos. Como um comerciante pode realizar um feito tão espantoso para a época?
No século XVII, para a fabricação de jóias e relógios usavam-se peças cada vez menores e o uso das lentes de aumento tornava-se cada vez mais necessária pelos relojoeiros, joalheiros.

Leeuwenhoek utilizava suas lentes para examinar melhor a qualidade dos tecidos que recebia. Como era uma pessoa muito curiosa, também começou a observar outros objetos e materiais. Construiu um microscópio simples de uma única lente, usando uma lente de alta qualidade, polida por ele mesmo, e conseguiu imagens nítidas e com uma ampliação que conseguiu observar protozoários, espermatozóides, glóbulos vermelhos e até mesmo bactérias.

Numa época em que todos os seres vivos eram classificados como animais ou como plantas, certamente o comerciante de tecidos não imaginava o mundo que se descortinaria à sua vista: o mundo das células, as unidades morfofisiológicas dos seres vivos e o mundo dos organismos unicelulares, dotados de apenas uma célula. Hoje os seres vivos são agrupados em cinco reino. Dois exclusivamente formados por organismos unicelulares: Monera e Protista; o reino fungi que pode conter organismos uni ou multicelulares e dois reinos, o das plantas e o dos animais, formados por organismos multicelulares.

Após suas observações, Leeuwanhoek enviou várias cartas à Royal Society de Londres, descrevendo em detalhes suas descobertas e acabou sendo admitido como sócio desta entidade, porém durante toda sua vida nunca assistiu sequer uma sessão de suas reuniões.

Mais ou menos na mesma época, o físico inglês Robert Hooke observou pequenos fragmentos de seres vivos através de um microscópio formado por duas lentes, e publicou os resultados destas observações em 1665, no seu livro Micrographia. Nesse livro Hooke descreveu em detalhes várias estruturas de insetos, briozoários, esponjas, penas de aves, além da cortiça e do carvão. Aliás, foi nesse trabalho que Hooke descobriu porque as cortiças flutuam na água.
Observou que as cortiças eram compostas por alvéolos cheios de ar. Como ao microscópio esses alvéolos eram semelhantes a pequenas celas, Hooke resolveu chamá-las de células. Porém o cientista não compreendeu que essas células eram o que restou de um ser vivo: o envoltório celular das células vegetais. Mesmo assim, até hoje chamamos as unidades fundamentais dos seres vivos de células.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

O QUE É VIDA?

O que é vida? O que temos em comum com outros seres vivos? O que nos diferencia da matéria inanimada? Todos, desde criança, sabem diferenciar um organismo vivo de um objeto inanimado, porém o conceito de vida continua abstrato até mesmo para os cientistas mais especializados no assunto. Aliás, muitos deles têm arriscado fornecer uma definição de vida, porém nenhuma delas, para mim, é plenamente satisfatória para entendermos o que é vida.

O mais fácil é entender a vida através daquilo que faz os seres vivos serem vivos, ou seja, através das características que os seres vivos apresentam:

  • ORGANIZAÇÃO CELULAR – Seres vivos são formados por células. Célula, portanto é a unidade funcional dos seres vivos. Alguns seres vivos são formados por inúmeras células e são chamados de multicelulares. Outros, possuem apenas uma célula e são denominados unicelulares. Alguns unicelulares possuem células relativamente simples, destituídas de membranas internas e envoltórios nucleares e são denominados procarióticos, enquanto outros possuem células bastante complexas, com envoltórios nucleares, membranas internas e vários tipos de organelas citoplasmáticas, sendo denominados eucarióticos.

  • METABOLISMO – As células constantemente trocam substâncias com o meio onde vivem e novas substâncias são produzidas no seu interior, onde são realizadas inúmeras reações químicas. Damos o nome de metabolismo ao conjunto de todas as reações químicas que ocorrem no interior das células.

  • MOVIMENTO PRÓPRIO – Os seres vivos são capazes de movimentos próprios. Mesmo os vegetais, aparentemente imóveis, são capazes de movimentos, apesar de lentos e limitados, como a alteração da posição das folhas durante o dia, e o enrolar das gavinhas em torno de um galho.

  • REAÇÃO A ESTÍMULOS EXTERNOS – Organismos vivos são capazes de perceber as alterações do meio externo e reagir a essas mudanças de várias maneiras. Essas reações muitas vezes acontecem com produção de movimento ou produção de determinadas substâncias de defesa. A capacidade de reagir a estímulos favorece a sobrevivência do organismo no ambiente.

  • CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO – Com exceção dos vírus, os seres vivos crescem. É certo que alguns minerais, como o cristal, também crescem, porém seu crescimento se dá por um processo diferente ao que ocorre com os seres vivos. Cristais e outros minerais crescem por agregação de materiais presentes no meio, enquanto que os seres vivos crescem a partir da produção metabólica de materiais no interior de suas células. Enquanto organismos unicelulares crescem por aumento do volume celular, os pluricelulares crescem principalmente pelo aumento do número de células de seu corpo.

  • REPRODUÇÃO – Organismos vivos dão origem a outros seres vivos semelhantes a si próprios. Organismos unicelulares se reproduzem, geralmente, por ficção binária, quando sua célula cresce até atingir certo tamanho e depois se divide em duas células menores muito semelhantes à original. Quando a reprodução a reprodução ocorre sem a troca de materiais genéticos, como na fissão binária, a reprodução é denominada assexuada. Nos organismos pluricelulares mais simples e nos vegetais pode ocorrer a reprodução assexuada, porém o mais comum nos pluricelulares é a ocorrência da reprodução realizada através da fusão de gametas, dando origem a um novo organismo geneticamente distinto dos originais. Essa reprodução é denominada sexuada.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

VOLTA DAS FÉRIAS

Após curtir merecidas férias - fui até Ilha Grande, onde dei uma volta a pé ao redor da ilha, e curti as praias de Paraty, com direito a passeio no centro histórico e de escuna - estou retornando às atividades diárias e voltando a atualizar este blog.

Semana que vem as aulas começam e desde já estou colocando as aulas que deveremos trabalhar a partir de então.
Postei aqui algumas fotos de minha viagem e quem quiser ver mais fotos é só acessar o link de meu orkut e olhar os álbuns de fotos.
Um grande abraço a todos e bom retorno às aulas.