O ciclo celular varia em função do tipo de célula. Células da pele, por exemplo, dividem-se ativamente durante toda a nossa vida; células do fígado multiplicam-se somente quando há a necessidade de reparar o tecido. Já as células musculares e as nervosas normalmente não se dividem mais. A diferença entre os tipos de ciclos depende de mecanismos bioquímicos, específicos para cada tipo de célula.
Experimentos realizados na década de 1970 já sugeriam que o controle do ciclo celular era, de fato, efetuado por substâncias químicas. [...]
Sabe-se hoje que as substâncias químicas que funcionam como "gatilho" dos eventos do ciclo podem vir de fora da célula ou se originar dentro dela. Vamos dar um exemplo de estimulação por meio de um "gatilho" externo. Os fibroblastos, células da pele que secretam fibras de colágeno, uma proteína de alta resistência, estão relacionados aos processos de cicatrização. Quando ocorre um ferimento, as plaquetas, células presentes na corrente sangüínea, liberam na região uma substância chamada "PDGF" (platelet-derived growth factor ou fator de crescimento proveniente de plaquetas), que estimula os fibroblastos a se dividirem ativamente. Esses fibroblastos, então, produzem grandes quantidades de fibras colágenas, favorecendo a cicatrização.
As células cancerosas
As células cancerosas não respondem aos sistemas de controle que regulam o ciclo celular. Elas se dividem, geralmente, de forma exagerada e costumam invadir outros tecidos. [...] A divisão celular continua acontecendo, mesmo que várias camadas celulares se formem. O ciclo celular se processa de forma anômala, como se ele fosse independente das substâncias "gatilho". Na realidade, essa impressionante característica das células cancerosas pode ser avaliada pelo exemplo seguinte. Existe uma linhagem de células cancerosas, obtidas de um tumor, que vem sendo cultivada em laboratório desde 1951, dando a impressão de imortalidade! Esse comportamento é muito diferente do das células normais dos mamíferos, que se multiplicam de 20 a 50 vezes em meio de cultura, após o que envelhecem e acabam por morrer.
No corpo humano, uma célula normal pode, eventualmente, transformar-se em célula cancerosa. De modo geral, essa célula anômala é reconhecida pelas células do sistema imune e destruída por elas. Às vezes, no entanto, esse processo falha; neste caso, a célula cancerosa se reproduz de forma descontrolada, formando um tumor. No caso dos tumores malignos, algumas células se destacam e, através do sistema circulatório, atingem outras regiões do corpo, nas quais formam novos tumores. Esse fenômeno é conhecido como metástase.
O que faz com que uma célula, até então "bem-comportada", que obedecia docilmente às fases do ciclo celular normal, transforme-se subitamente numa célula cancerosa? Os pesquisadores estão apenas começando a entender alguns dos fenômenos envolvidos. Alguns agentes que provocam certos tiops de cânceres, como fumo, radiações e algumas substâncias químicas, já foram identificados. No entanto, não importa qual seja o fator desencadeador, sempre ocorre na célula uma alteração em alguns de seus genes, provavelmente naqueles que influenciam e controlam o ciclo celular. (Trechos do texto do livro de César e Sezar, Biologia - Volume 1, págs. 168-171)
2 comentários:
Papai por que tanta morte nesse blog? o que a gente precisa mesmo é de dirversão!
Bjs bia sua filha querida
vlw ae cara!
isso vai me ajuda muito com meu trabalho de escola:D
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