http://educacao.uol.com.br/ultnot/2008/04/03/ult1811u216.jhtm
03/04/2008 - 21h01
Ana Okada
Bruno Aragaki
Da redação
A lista das dez mais do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) 2007 traz apenas duas escolas públicas: os colégios de aplicação da UFV e da UFRJ. Ligadas a universidades federais, as duas instituições aplicam provas para selecionar os estudantes para as suas "ilhas de excelência".
No Coluni, o colégio de aplicação da UFV (Universidade Federal de Viçosa), de Minas Gerais, anualmente, uma média de 1.490 alunos que terminam o ensino fundamental disputa as 150 vagas oferecidas para cursar o ensino médio na instituição.
As melhores públicas do Enem
Rio de Janeiro - Aplicação da UFRJ 79.63
Viçosa (MG) - Aplicação da UFV 79,30
Recife - Aplicação da UFPE 77,47
Curitiba - UTFPR 76.71
Rio de Janeiro - Aplicação da Uerj 76.25
São Paulo Cefet-SP - 75,93
Rio de Janeiro Cefet Celso Suckow - 75,78
Rio de Janeiro Colégio Militar do RJ - 75.61
Curitiba Colégio Militar de Curitiba - 75.60
São Paulo Etesp - 75.56
Esse vestibular precoce, o "vestibulinho" - nos moldes dos exames de seleção aplicados por universidades, com questões discursivas, objetivas e redação -, é apontado pela instituição como um dos motivos do bom desempenho da instituição.
"Os alunos que entram querem aprender e por isso se saem bem", diz Catarina Greco Alves, orientadora educacional do Coluni.
Segundo Alves, 63,75% dos alunos da escola, gratuita, fizeram ensino fundamental em colégios particulares.
Sorte
Na escola de aplicação da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), a seleção é feita com prova e sorteio, dependendo da série.
Em 2007, 1.241 jovens inscreveram-se para a seleção das 30 vagas oferecidas pela escola de aplicação no ensino médio. A concorrência de 41,37 candidatos por vaga é maior do que a enfrentada pelos candidatos a uma vaga de medicina em 2008 na UFRJ (27,58).
Depois de fazerem teste de português e matemática, os alunos que acertam pelo menos a metade de cada um dos testes vão a sorteio decidir quem consegue uma das vagas no ensino médio.
No ensino fundamental, as crianças são selecionadas apenas por sorteio. A seleção aleatória, para Celina Costa, diretora geral do colégio, contribui para a diversidade socioeconômica dos alunos.
"Na escola particular, estuda a classe média; nas públicas, geralmente, as classes menos favorecidas; aqui, o garoto da favela estuda com o menino da Barra da Tijuca", disse Costa.
Para a explicar o bom desempenho dos alunos no Enem, a diretora diz que "não tem fórmula mágica". "Damos aula, com giz e lousa. Quando não temos retroprojetor, utilizamos cartolina, canetinha e fazemos cartazes", disse Costa.
"Temos um corpo docente estável e qualificado (a maioria é de mestres e doutores), que tem plano de carreira e incentivos para permanecer na instituição", disse.
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