Houve uma época em que contrair a doença chamada varíola era quase uma sentença de morte. As primeiras febres e indisposições podiam ser confundidas com uma gripe, mas o aparecimento de feridas vermelhas na pele já era motivo de muita preocupação. Como é uma doença extremamente contagiosa, assim que se descobria um doente, tratava-se de isolá-lo das pessoas sadias e aguardar o destino: uma rara recuperação ou, o que acontecia muitas vezes, a morte.
Na Inglaterra do fim do século XVIII, um médico presenciou essa terrível situação. Tratando dos doentes isolados, que estavam desenganados e aguardando a morte, ouviu falar de uma senhora que se gabava de não pegar varíola. Ela, ao contrário das outras pessoas, andava entre os doentes, sem medo de contrair a terrível moléstia.
Intrigado com o comportamento dessa mulher, o médico Edward Jenner tentou descobrir por que ela tinha tanta certeza de ser imune à doença. Ao que ela respondeu:
- Ora, isso porque eu trabalho com as vacas. E todos sabem que quem trabalha com elas não pega varíola. Alguma coisa nos currais nos deixa fortes contra essa doença.
E o médico viu que era verdade: nenhuma das companheiras de trabalho daquela camponesa jamais contraíra varíola, apesar de terem tido contato com muitos doentes.
Fonte: São Paulo (Estado) Secretaria da Educação. Caderno do professor: biologia, ensino médio - 1a série, 3o bimestre. São Paulo: SEE, 2008.
Nenhum comentário:
Postar um comentário