sexta-feira, 24 de outubro de 2008

A HISTÓRIA DA VACINA - Capítulo 2 - A vacínia

Edward Jenner intrigou-se com a camponesa e resolveu investigar melhor o caso, visitando os currais onde ela trabalhava. Ele procurava por alguma coisa que estivesse presente nesses currais e em mais nenhum lugar, e que pudesse estar protegendo essas camponesas do contato com a varíola mortal.

- Vocês bebem muito leite de vaca aqui, certo?

- Nem tanto - respondeu a camponesa. - O leite é caro, vendemos quase tudo para as pessoas da cidade. Aposto que tem gente lá que bebe muito mais que eu.

"Não pode ser o leite", raciocinou o médico. "Muita gente que bebe desse leite, vindo dessas mesmas vacas, pegou a varíola e agora está em quarentena".

Ele ia por esses pensamentos quando, quase que por acidente, notou que algumas vacas tinham feridas muito parecidas com as que os doentes de varíola possuíam. Isso chamou muito a sua atenção.

- Essas vacas estão doentes, com varíola - esclareceu a camponesa. - Só que essa é a varíola das vacas, que chamamos de vacínia.

- E quem mexe nessas vacas não pega varíola? - quis saber o médico.

- Pega sim. Mas não é como a varíola da cidade, que pode até matar. A pessoa fica doente, com febre, mas não chega nem a ficar de cama. Pode voltar pro trabalho logo, logo. Aquela varíola que mata, ninguém daqui pega, não. Não depois de pegar a varíola das vacas.

De fato, naqueles currais nunca houve ninguém que contraísse a varíola.

Fonte: São Paulo (Estado) Secretaria da Educação. Caderno do professor: biologia, ensino médio - 1a série, 3o bimestre. São Paulo: SEE, 2008.

Nenhum comentário: