O tamanho de uma população depende fundamentalmente de dois fatores: taxa de natalidade e taxa de mortalidade. No passado, a resistência ambiental foi muito maior do que hoje: doenças, fome, guerra e epidemias resultavam numa taxa de mortalidade bem alta. No entanto, os avanços da medicina e das condições de nutrição reduziram essa taxa: as pessoas vivem mais hoje do que antigamente. O crescimento das populações, atualmente, parece estar muito mais ligado a uma diminuição da mortalidade do que a um aumento na taxa de nascimentos, embora essa se mantenha relativamente alta nos países em desenvolvimento.
O crescimento acelerado das populações humanas representa um impacto considerável sobre nossa biosfera. Resumidamente, iremos discutir por quê.
- O aumento populacional leva a uma maior demanda de alimento; a agricultura, portanto, exige áreas cada vez maiores. Derrubam-se as florestas, e muitas espécies desaparecem. O solo de regiões de matas, que geralmente não se presta ao plantio extensivo, se degrada e é abandonado. Pode ocorrer desertificação.
- Há maior demanda por produtos industrializados, implicando, portanto, maior consumo de energia: mais hidrelétricas são construídas, mais combustíveis são queimados, e aumentam os níveis de poluição.
- São produzidos mais resíduos de todos os tipos, como o esgoto doméstico, que podem ser jogados nos rios ou nos mares, comprometendo os ecossistemas. Parte do lixo, como alguns tipos de plásticos, não se recicla, e se acumula no ambiente.
- Recursos como o petróleo e vários produtos minerais tendem a esgotar-se mais rapidamente. A água doce, por causa da poluição e do desmatamento, fica cada vez caro. Os mares, que pareciam fontes inesgotávis de alimento, tornaram-se de repente muito "pequenos". Como a poluição compromete as cadeias alimentares, a pesca está declinando em várias regiões.
QUAIS SÃO AS SOLUÇÕES?
O problema, na verdade, não está apenas no aumento das populações, mas também no modelo de desenvolvimento que escolhemos, na forma como administramos os recursos, no desperdício, nas técnicas de cultivo, no nível de poluição das indústrias e dos carros.
Ainda que conseguíssemos alterar o modelo de desenvolvimento, haveria um limite à quantidade de pessoas que a biosfera consegue suportar. Não sabemos qual é esse limite. E talvez não seja prudente tentar descobrir-lo na prática, porque poderemos chegar a um ponto sem retorno. Você se lembra da curva de crescimento em formato de J? Ela mostra claramente o destino de uma população que cresce de forma descontrolada, esgotando as possibilidades do ambiente.
A decisão de controlar a natalidade deve ser tomada pelos povos de forma consciente, após muito esclarecimento e discussão. Que tipo de planeta queremos para nós e para nossos filhos? A melhor solução, nesse caso, é a educação, para que as pessoas tomem as decisões corretas sobre suas vidas e a de seus descendentes.
Fonte: Biologia - César e Sezar, págs. 438-439, Editora Saraiva
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