domingo, 7 de dezembro de 2008

A IMPORTÂNCIA DOS ARTRÓPODES

Importância ecológica e econômica dos insetos
Os insetos são elementos fundamentais nas cadeias alimentares tanto de terra firme, quanto aquáticas. Muitos animais se alimentam de insetos. Larvas de insetos alimentam-se de cadáveres de animais e plantas, cupins alimentam-se de troncos de árvores mortas, contribuindo para a reciclagem dos nutrientes no ecossistema.
Muitos insetos são considerados pragas de lavoura ao causarem prejuízos para os agricultores, como a mosca-da-fruta que põe ovos em vários tipos de frutos, tornando-os impróprios para o consumo. Outras espécies de insetos também causam prejuízo aos pecuaristas, como por exemplo a larva da mosca-do-berne, que desenvolvendo nos tecidos superficiais do corpo de mamíferos e aves, causam feridas que irritam e enfraquecem esse animais.
Poderíamos enumerar uma longa lista de insetos parasitas que podem transmitir doenças em seres humanos. Entre eles destacamos o barbeiro que pode transmitir a doença de Chagas, o mosquito Aedes aegypti que pode transmitir a dengue e a febre amarela, o mosquito Culex que pode transmitir a filariose, o mosquito Anopheles que pode transmitir a malária. Moscas que podem transmitir vírus e bactérias causadores de disenterias, pulgas que podem ser vetores de peste bubônica, entre outros.
Os insetos como abelhas, vespas, besouros podem ser importantes agentes polinizadores que aumentam em muito a produção de frutos, ajudando tanto na manutenção de ecossistemas naturais, como auxiliando a produção agrícola. Abelhas também podem produzir mel que pode constituir em ótima fonte de nutrientes para os seres humanos. Bichos-da-seda também contribuem com sua atividade na fabricação da seda que é utilizada a milênios na confecção de tecidos. De certas espécies de cochonilhas podem-se extrair um ótimo corante de cor carmim, muito utilizado em tintas, cosméticos e como aditivo alimentar. Finalmente podemos utilizar insetos no controle biológico de certas pragas da lavoura, como por exemplo, a joaninha que controla as populações de pulgões ou determinadas espécies de vespas que devoram larvas de vários insetos.

Importância dos crustáceos
Desempenham importante papel nas cadeias alimentares de mares e grandes lagos, constituindo grande parte do zooplâncton desses ecossistemas. Nos ecossistemas marinhos, os produtores são os seres fotossintetizantes que constituem o fitoplâncton. Esses são os alimentos do zooplâncton, que é formado principalmente por microcrustáceos como os copépodes. O zooplâncton, por sua vez, é a base alimentar da maior parte da fauna marinha.
Crustáceos como camarões, lagostas, siris e caranguejos são largamente empregados na alimentação humana.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

A HISTÓRIA DE "A ORIGEM DAS ESPÉCIES"

Durante minha viagem no Beagle, impressionaram-me profundamente os grandes animais fósseis cobertos por armaduras semelhantes às dos tatus atuais que descobri na formação Pampeana [na Argentina]; em segundo lugar, o modo como espécies animais semelhantes se substituem umas às outras à medida que se procede para o sul ao longo do continente; e, em terceiro lugar, o aspecto sul-americano da maior parte das espécies do arquipélago de Galápagos, e especialmente o modo como diferem elas ligeiramente em cada ilha do arquipélago, apesar de nenhuma das ilhas parecer muito antiga no sentido geológico.

Era evidente que fatos como esses, bem como muitos outros, só podiam ser explicados supondo-se que as espécies se modificam gradualmente; e este assunto me obcecou. Era, porém, igualmente evidente que nem a ação das condições ambientais nem a vontade dos organismos (especialmente no caso das plantas) podiam explicar os inúmeros casos em que organismos de todos os tipos se encontram perfeitamente adaptados aos seus hábitos de vida - por exemplo, as adaptações de um pica-pau ou de uma perereca para treparem nas árvores, ou as de uma semente que se propaga por meio de ganchos ou plumas. Tais adaptações sempre me impressionaram muito e parecia-me quase inútil tentar demonstrar, por provas indiretas, que as espécies se modificaram, antes que essas adaptações pudessem ser explicadas.


Depois da minha volta à Inglaterra, pareceu-me que, talvez, fosse possível lançar-se alguma luz sobre o assunto seguindo o exemplo de Lyell, quanto à geologia, isto é, colhendo todos os fatos de qualquer modo relacionados com a variação dos animais e das plantas, tanto no estado doméstico como na natureza. Abri meu primeiro caderno de notas em julho de 1837. (...) Logo percebi que a seleção era a pedra fundamental do sucesso que o homem tem obtido na obtenção de raças úteis de animais e plantas. Mas o modo pelo qual a seleção podia aplicar-se a organismos que vivem no estado natural permaneceu, por certo tempo, um mistério para mim.


Em outubro de 1838, isto é, quinze meses depois de iniciada minha pesquisa sistemática, aconteceu-me de ler, por diversão, o livro de Malthus sobre População, e, estando bem preparado, por continuadas observações, para apreciar a importância da luta pela existência, que ocorre por toda parte, imediatamente ocorreu-me que, sob tais circunstâncias, as variações favoráveis tenderiam a ser preservadas e as desfavoráveis destruídas. Disto resultaria a formação de novas espécies. Assim, portanto, tinha eu, finalmente obtido uma teoria em que trabalhar; mas, ansioso por evitar idéias preconcebidas, resolvi não escrever por algum tempo nem mesmo o mais breve resumo dela. Em junho de 1842 permiti-me, pela primeira vez, a satisfação de escrever a lápis, em 35 páginas, um sumário muito breve da minha teoria; e durante o verão de 1844 ampliei-o num trabalho de 230 páginas, que passei a limpo e ainda possuo.


(...) No começo de 1856, Lyell aconselhou-me a escrever meus pontos de vista por inteiro e comecei imediatamente a fazê-lo, numa escala três ou quatro vezes maior do que a que adotei depois, no meu livro sobre A origem das espécies; e, assim mesmo, tratava-se apenas de um resumo do material que eu havia coletado; chegei, assim, à metade do trabalho. Mas meus planos ruíram quando, no começo do verão de 1858, o Sr. Wallace, então no arquipélago malaio, remeteu-me um ensaio sobre a tendência das variedades de se afastarem indefinidamente do tipo original; esse ensaio continha uma teoria exatamente igual à minha. O Sr. Wallace, exprimia o desejo de que eu mandasse seu trabalho para Lyell ler, caso o achasse bom. Lyell e Hooker me solicitaram que publicasse um resumo do meu manuscrito e um carta a Asa Gray datada de 5 de setembro de 1857, juntamente com o ensaio de Wallace. As circunstâncias que me fizeram concordar com essa proposta estão explicadas no Journal of the Proceedings of tha Linnean Society, 1858, página 45. De início eu não estava querendo concordar, pensando que o Sr. Wallace poderia achar tal atitude injustificável, pois, na ocasião, eu não sabia quanto era ele nobre e generoso. O extrato do meu manuscrito e a carta a Asa Gray não tinham sido feitos com intenção de publicar e estavam mal escritos. Mas o ensaio do Sr. Wallace estava admiravelmente redigido e muito claro. Não obstante, nossa produção conjunta despertou muito pouca atenção. A única notícia publicada a respeito, que me lembre, foi a do Prof. Haughton, de Dublin, cujo veredicto era que todas as novidades do trabalho estavam erradas e o que estava certo era velho. Isso mostra a necessidade de que qualquer idéia nova seja explicada detalhadamente para que chame a atenção do público.


Em setembro de 1858 comecei a trabalhar, seguindo o conselho de Lyell e Hooker, num volume sobre a transmutação das espécies, mas fui freqüentemente interompido por minha saúde precária. [...] Resumi o manuscrito, que começara em muito maior escala em 1856, e completei o volume na mesma escala reduzida. Isso me custou treze meses e dez dias de trabalho árduo. Foi publicado com o título de A origem das espécies, em novembro de 1859. Embora considravelmente aumentado e corrigido nas edições posteriores, manteve-se substancialmente o mesmo livro. Ele é, sem dúvida, o principal trabalho de minha vida.




DARWIN, C. Autobiography of Charles Darwin. Londres: Watt & Co., 1929. Frota-Pessoa, O. Biologia, Ensino Médio - Vol. 3, Scipione, 2006.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

A SÍNTESE DE PROTEÍNAS

A síntese de proteínas é esquematizada de uma maneira bastante simplificada na figura abaixo:
Note que, no esquema A, o ribossomo está deslizando da esquerda para a direita sobre a fita de RNAm. Ele sempre abrange dois códons. O RNAt com o anticódon UGG está ligado à cadeia de aminoácidos. Um segundo RNAt com o anticódon UUU, encaixa-se no códon AAA do RNAm, e está trazendo o aminoácido fenilalanina (quadradinho). Entre o aminoácido "bolinha" e o "quadradinho", forma-se uma ligação peptídica.
Observe agora o esquema B, que mostra o que ocorre na seqüência. A ligação peptídica entre os aminoácidos completou-se, e a cadeia polipeptídica foi acrescida de um aminoácido. O transportador "UGG" desliga-se da cadeia de aminoácidos e volta para o citoplasma, podendo buscar novo aminoácido "bolinha". A proteína em formação está, agora, ligada ao transportador com o anticódon UUU. O ribossomo deslizou para a direita, abrangendo um novo códon do RNAm: GUA. O transportador com anticódon CAU, o único que pode se encaixar, está trazendo um aminoácido "losango", e o penúltimo transportador (UUU) se desligará. o ribossomo deslizará para a direita, abrangerá mais um códon, e assim por diante.
A cada códon que o ribossomo abrange, é acrescentado um aminoácido específico à proteína em crescimento. Quando o ribossomo tiver percorrido todo o mensageiro, toda a mensagem terá sido lida, e a proteína estará pronta. O ribossomo desliga-se, então, do RNAm. A mesma fita de RNA pode, evidentemente, ser lida por vários ribossomos, cada um dos quais percorrendo exatamente o mesmo caminho do anterior; assim, cada um deles fará uma molécula de proteína exatamente igual.
Fonte: Biologia, César e Sezar, Volume 1,pág. 258, 8a edição, Editora Saraiva, 2005.

O CÓDIGO GENÉTICO

O DNA no núcleo celular controla toda a síntese protéica. Esse controle é realizado por intermédio de moléculas de RNA que foi produzido pelo DNA e posteriormente migrou para o citoplasma.


Uma sequência de bases de DNA condiciona a síntese de uma sequência de bases de RNA que, por sua vez, condiciona a síntese de uma sequência de aminoácidos, que são as unidades fundamentais das proteínas.


A correspondência entre DNA e RNA se dá base por base: quando no DNA há adenina, no RNA entra uracila; timina no DNA corresponde-se com a adenina no RNA; citosina no DNA liga-se à guanina no RNA e quando há citosina no DNA, no RNA a base correspondente é a guanina.


Agora, cada trinca de nucleotídeos do RNA corresponde a um aminoácido específico de proteína. A sequência UCC de um RNA, por exemplo corresponde ao aminoácido serina de uma proteína e a sequência de nucleotídeos ACA à treonina.


À cada trinca de bases de DNA ou de RNA chamamos códon e à essa correspondência que existe entre um códon de DNA, um códon de RNA e um aminoácido, é que chamamos código genético.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

TIPOS DE RNA

Três tipos de RNAs participam ativamente da síntese de proteína nos seres vivos:
  • RNA mensageiro (RNAm);
  • RNA transportador (RNAt);
  • RNA ribossômico (RNAr).

RNA mensageiro (RNAm) - É sintetizado pelo DNA, durante a transcrição. Uma vez formado, migra para o citoplasma, onde associa-se aos ribossomos para atuar como molde na orientação da síntese de proteínas.

RNA transportador (RNAt) - Produzido também no núcleo celular, é formado por uma pequena cadeia de nuclotídeos dobrada sobre si mesma. É dotado de uma região específica para cada aminoácido e outra para se ligar à molécula de RNAm. Após formado, migra para o citoplasma, onde atua capturando moléculas de aminoácidos e transportando-os para o RNAm para a síntese de proteínas. Existe pelo menos um RNAt para cada aminoácido.

RNA ribossômico (RNAr) - Dotado de cadeia mais longa, origina-se em regiões do cromossomos relacionadas com o nucléolo. Ao migrar para o citoplasma, associa-se a proteínas, formando os ribossomos. Tem função, juntamente com o RNAm, na orientação da síntese protéica.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

AS PRIMEIRAS FORMAS DE VIDA NA TERRA - HIPÓTESE HETEROTRÓFICA

Como os primeiros seres vivos surgiram na Terra? Na tentativa de responder a esta pergunta, surgiram várias hipóteses. A hipótese mais aceita atualmente que tenta explicar como os primeiros seres vivos surgiram na Terra é a hipótese heterotrófica, que supõe que os primeiros seres teriam sido heterótrofos, seriam relativamente simples e teriam surgido através de uma lenta evolução da matéria inanimada, sob as condições especiais da Terra primitiva.

Em 1953, Stanley Miller, na época um estudante ainda, construiu um aparelho em que juntou metano, amônia, hidrogênio e vapor de água, tentando reconstituir as condições da atmosfera primitiva da Terra. Submeteu todos esses gases a descargas elétricas de alta intensidade, simulando os raios das tempestades que deveriam ser extremamente frequentes na época da formação do planeta. Após alguns dias, observou a formação de uma borra no fundo do aparelho, indicando o acúmulo de substâncias orgânicas e após análise verificou a presença de vários aminoácidos, as unidades que formam as proteínas.
Em 1957, Fox, baseando-se nos experimentos de Miller, conseguiu sintetizar proteínas. E, posteriormente, Calvin, bombardeando os gases primitivos com radiações altamente energéticas, obteve, entre outros compostos, carboidratos.
Todos esses experimentos demonstraram a possibilidade de formação de compostos orgânicos antes do surgimento da vida na Terra.
Após formados na atmosfera, esses compostos orgânicos devem ter se precipitado para os mares primitivos. Dessa maneira, lenta e gradual, os mares primitivos foram ficando cada vez mais concentrados de substâncias orgânicas e inorgânicas, transformando-se numa espécie de "sopa química". Como a maioria das moléculas orgânicas são insolúveis em água, formam nesse solvente pequenos aglomerados que podem flutuar ou sedimentar-se no fundo. Esses aglomerados coloidais foram observados por Oparin, que os denominou coacervados. Quando proteínas são colocadas em água, a ionização dos grupos ácido e amina dos aminoácidos atraem outras moléculas, inclusive moléculas de água, que se organizam ao redor da proteína, envolvendo-a, constituindo uma película isolante que separa o aglomerado proteico do solvente, formando um sistema químico, bem diferente do meio externo.
Os coacervados poderiam ter se difundido nos mares primitivos, e ao longo dos milênios, englobado substâncias orgânicas e inorgânicas, dando condições para o surgimento de sistemas cada vez mais complexos em seu interior.
Para continuar realizando as inúmeras reações químicas que deveriam ocorrer no seu interior, os coacervados precisariam de uma fonte de energia, que deveria vir da fermentação de carboidratos, obtidos na "sopa orgânica" dos mares primitivos. Certas proteínas do interior dos coacervados poderiam atuar como enzimas no processo fermentativo.
De alguma forma, ainda desconhecida pela ciência, surgiram os primeiros nucleotídeos, que se organizaram formando os primeiros ácidos nucleicos. Aí, então, os coacervados passaram a ter um "centro de comando". Tornaram-se sistemas auto-suficientes, capazes de auto-regulação e autoduplicação, constituindo as primeiras formas de vida, ainda que muito rudimentares, a viver na Terra.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

A MOLÉCULA DE RNA

O RNA, assim como o DNA, também é um polímero de nucleotídeos, ou seja uma longa fita de nucleotídeos ligados entre si, mas enquanto o DNA é formado por duas fitas ligadas entre si por pontes de hidrogênio, o RNA é sempre formado por apenas um filamento.
Os nucleotídeos do RNA, também possuem diferenças em relação aos do DNA. A pentose do RNA é sempre a ribose e as bases nitrogenadas podem ser a adenina, a citosina, a guanina ou a uracila.


Uma das características do DNA é, além da capacidade de autoduplicação, o poder de sintetizar moléculas de RNA.


O DNA, ao produzir uma molécula de RNA, transmite a ela uma mensagem química que comandará a síntese de uma determinada proteína no citoplasma celular.


Resumindo: o DNA produz RNA e o RNA comanda a fabricação de proteínas e enzimas.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

O surgimento do Sistema Solar e a origem da vida

[...]

Existem várias hipóteses sobre os ambientes químicos em que teriam surgido os primeiros polímeros, os monômeros - compostos de alto peso molecular formados pela união de estruturas químicas básicas -, capazes de replicação. A existência de água liquefeita é determinante para a geração e a manutenção das formas de vida que conhecemos hoje.


Os fósseis são restos do processo de mineralização que transforma matéria viva em rocha. Geralmente apenas porções mais duráveis, tais como ossos e conchas, são conservadas em fósseis, mas, em circunstâncias especiais, outras estruturas, como tecidos e vasos sanguíneos, podem ser preservadas. Os fósseis mais antigos que conhecemos - datados de 3,6 bilhões de anos - foram encontrados na década de 50 em formações rochosas da África do Sul e da Austrália e são semelhantes às cianobactérias, que ainda hoje podemos observar na costa australiana. Pesquisas recentes detectaram atividade biológica em rochas encontradas na Groelândia, indicando que a vida na Terra pode ter-se originado em períodos ainda mais antigos, há cerca de 3,8 bilhões de anos.


Eliana Collucci. Folha de S. Paulo, 12 set. 2002

Aparelhos imitam condições de fossas termais - Experimento reproduz composto essencial para surgimento da vida

[...] Pesquisadores dos EUA reproduziram as condições químicas das fossas hidrotermais (aberturas no fundo dos oceanos, ricas em enxofre) e obtiveram um composto essencial para os seres vivos, o ácido pirúvico. Ele é produto da quebra de açúcares e funciona como substrato para produção de energia nas células.
Os resultados da investigação da Carnegie Institution são mais um suporte para a teoria de que a vida surgiu em águas quentes e sulfurosas no fundo do mar. Em junho deste ano, cientistas já haviam noticiado a descoberta de fósseis de microganismos com 3,2 bilhões de anos em fossas hidrotermais na Austrália.
Onde a vida começou, quais as condições da Terra desse período e qual foi a primeira entidade capaz de se reproduzir são questões ainda não respondidas pela ciência sobre a origem da vida. [...]

Procurando proteção
Miller acredita que a vida tenha surgido na superfície do planeta, em lagoas na praia, formadas pelo recuo das marés. Mas a Terra devia ser atingida por muitos meteoros nesse período, o que tornaria a superfície um ambiente inóspito para a vida. As fossas hidrotermais, no fundo do oceano, poderiam oferecer as condições ideais de formação e proteção, segundo alguns pesquisadores. [...]
O trabalho dos cientistas norte-americanos, que produziram ácido pirúvico nas condições de temperatura e pressão das fossas hidrotermais, fecha o ciclo das reações químicas que devem ocorrer nesse ambiente para a produção de uma molécula que possa ter originado a vida, o peptídeo (um tipo de proteína pequena e sem estrutura definida). [...]
Isabel Gerhard. Folha de S. Paulo, 25 ago. 2000.

A HISTÓRIA DA VACINA Capítulo 6 - O experimento cabal

Edward Jenner, o médico que assistia à triste disseminação da varíola entre os ingleses, já não tinha dúvidas: a varíola das vacas tinha alguma coisa a ver com a incrível imunidade das camponesas à mortal varíola humana. Ele já havia feito vários testes com as camponesas e elas eram, de fato, imunes: quando ele as deixava junto com os doentes que estavam em isolamento, nenhuma nunca contraiu a doença. Contudo, outras pessoas que eram submetidas ao menor contato com os doentes, ainda que acidental, ficavam doentes.
Ele desconfiava que a chave para entender a questão estava nas feridas das vacas doentes. O contato com as feridas imunizava contra a varíola humana; essa era a hipótese de Jenner. Mas para ter certeza, restava realizar um teste cabal, um experimento que deixasse claro que era o contato com as vacas que garantia a imunização. Ele precisava que uma pessoa que nunca tivesse estado perto nem das vacas nem dos doentes fosse posta em contato com o líquido que saía das feridas da vaca. Se essa pessoa ficasse imune, então ele saberia que aquela era mesmo a resposta que procurava.

Jenner sabia, contudo, que seu teste poderia custar a vida de uma pessoa. Isso porque para ter certeza de que a imunização ocorrera, era preciso colocar a cobaia perto dos doentes. Se Jenner estivesse errado e o experimento falhasse, essa pessoa certamente contrairia a varíola, e havia grandes chances de morte.

Com muitas dúvidas, o médico decidiu fazer o experimento em uma criança. James, assim ele se chamava, teve o seu braço cortado de leve com um estilete, onde o médico esfregou um pano úmido com o líquido das feridas das vacas. Depois de alguns dias, o menino teve febre, e algumas feridas apareceram em seu rosto.

"Isso era esperado", pensou o médico. "O menino pegou a varíola das vacas".

Restava ainda a parte mais perigosa do teste. O médico levou o menino para a casa onde estavam os doentes em isolamento. Era um lugar triste, onde muitos apenas aguardavam a morte com o corpo desfigurado pelas muitas feridas. O menino ficou lá durante alguns dias.

Para a alegria do médico, o menino não pegou a doença. A ferida das vacas tinha realmente o tornado imune à varíola. Meses depois, Jenner escreveu uma carta para a Sociedade Real, na qual eram anunciadas as descobertas científicas da época: "Chamei o processo de vacinação, porque ele é derivado da vacínia, a varíola das vacas."

São Paulo (Estado) Secretaria da Educação. Caderno do professor: biologia, ensino médio - 1a série, 3o bimestre. São Paulo: SEE, 2008.

sábado, 25 de outubro de 2008

A HISTÓRIA DA VACINA Capítulo 5 - Mais leve que uma pena

Notícias sombrias ocuparam o noticiário no fim de dezembro de 2007. A pequena cidade de Pirenópolis, interior de Goiás, foi o foco de uma série de casos de febre amarela no país. Havia o risco, afirmavam as autoridades, de que muitas pessoas contraíssem a doença. Recomendava-se procurar postos de saúde o quanto antes, para garantir a vacinação.
Preocupado, Pedro dirigiu-se a um hospital em Sorocaba. Ele não havia estado em Goiás nos últimos tempos, não pretendia visitar a região num futuro próximo e não vivia em locais onde apereceram os doentes. Mas, mesmo assim, resolveu tomar a vacina. "Cuidado nunca é demais", pensou.

Não doeu nada.

- O toque da agulha foi mais leve que o de uma pena, nem senti - contou ele à esposa, já em casa.

Dois dias depois, Pedro estava de cama, com febre. Dores no corpo, vontade de ficar no escuro, não foi trabalhar. Preocupada, a esposa insistiu que voltassem ao hospital. Lá chegando, contaram toda a história para um plantonista sonolento.

- É normal - disse o médico, depois de examiná-lo. - É a reação do corpo à vacina.

De fato, o médico tinha razão. Um dia de repouso, e Pedro já pôde voltar ao trabalho. Só que agora estava protegido contra a febre amarela.
São Paulo (Estado) Secretaria da Educação. Caderno do professor: biologia, ensino médio - 1a série, 3o bimestre. São Paulo: SEE, 2008.

A HISTÓRIA DA VACINA - Capítulo 4 - O método turco

Mary Montagu era a esposa de um embaixador inglês que vivia em Constantinopla em 1716 (cerca de 60 anos antes do médico Edward Jenner). Também ali a varíola era uma ameaça constante. Milhares de pessoas, principalmente crianças, morriam todos os anos por causa dessa doença. Uma das vítimas foi o próprio irmão de Mary, o que a deixou desesperada. Ela percebeu que o perigo da varíola também rondava a sua casa, e a possibilidade de ter os seus dois filhos pequenos infectados a atormentava.

Entretanto, quando contou a um médico de Constantinopla o seu receio, ele a tranqüilizou, dizendo que os turcos conheciam um método de evitar a varíola.


- Esse método é usado há muitos e muitos anos no Oriente - contou-lhe o médico turco. - Basta encontrar um doente de varíola e passar um pano em suas feridas. Depois, fazemos um pequeno corte na pele dos seus filhos e esfregamos nele o pano.


- Mas dessa forma eles certamente ficarão doentes!


- Sim, senhora, mas será uma forma mais fraca da doença. Com o tempo ficarão sãos e não poderão contrair a forma mais grave, mortífera, da varíola.


Mary Montagu tinha medo do modo turco de previnir a doença. Porém, tinha ainda mais medo de que seus filhos morressem de varíola como seu irmão, que havia sofrido muito. Pesando as possibilidades, ela resolveu submeter seus filhos e a si mesma ao procedimento do médico de Constantinopla.


Os três tiveram febre a algumas feridas na pele. Mas, ao fim de algumas semanas, haviam se recuperado. E nenhum deles, ao longo de toda a vida, contraiu varíola.
Fonte: São Paulo (Estado) Secretaria da Educação. Caderno do professor: biologia, ensino médio - 1a série, 3o bimestre. São Paulo: SEE, 2008.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

A HISTÓRIA DA VACINA - Capítulo 3 - A cólera das galinhas

Pelos idos de 1870, o cientista Louis Pasteur buscava uma solução para a queda de produção das granjas da França. Os frangos e as galinhas estavam morrendo em grandes quantidades devido à desidratação. Apesar de os criadores fornecerem água suficiente para os animais, eles morriam, porque suas fezes eram mais líquidas que o normal. Essa doença chamava-se "cólera das galinhas", por comparação ao cólera, que também pode matar pessoas por desidratação.

Pasteur já havia descoberto que a doença era causada por uma bactéria, que havia encontrado em intestinos de animais doentes. Ele estava criando essas bactérias em tubos de ensaio, para descobrir maneiras de eliminá-las sem matar os animais. Às vezes, esse serviço ficava a cargo de seu assistente, Charles Chamberland:

- Monsieur Charles, nos próximos dias não venho trabalhar. Por favor, tome conta dessas culturas de bactérias com cuidado. Mantenha-as dentro das estufas, atentando para que a temperatura seja constante.

Apesar das recomendações do chefe, Charles também não foi trabalhar. E acabou deixando alguns tubos fora das estufas. As bactérias que estavam naqueles tubos de ensaio morreram.

Na semana seguinte, sem saber da folga clandestina do seu assistente, Pasteur injetou aquelas culturas de bactérias estragadas em alguns frangos. Sua intenção era testar possíveis remédios assim que eles ficassem doentes. Para sua surpresa, esses frangos não contraíram cólera.

Desconfiado, Pasteur preparou novas culturas de bactérias ele mesmo e reinoculou-as nos frangos. Novamente, eles não contraíram cólera. O mais interessante é que essa cultura de bactérias, preparada com rigor pelo próprio Pasteur, era capaz de causar cólera em todos os outros frangos, que nunca haviam sido inoculados.

Charles Chamberland assumiu, finalmente o seu erro:

- Monsieur Pasteur, a culpa desses resultados estranhos é toda minha. Eu deixei de cuidar desse lote de tubos e agora eles provavelmente estejam podres. Para o lixo.

E caminhou com os tubos na mão, em direção a um grande latão, no canto da sala.

Quando estava prestes a jogar tudo fora, Pasteur o impediu. Ele se lembrou, de repente, de um experimento feito por um médico inglês, quase cem anos antes. Naqueles tubos poderia estar a resposta que salvaria a produção das granjas da França.

Fonte: São Paulo (Estado) Secretaria da Educação. Caderno do professor: biologia, ensino médio - 1a série, 3o bimestre. São Paulo: SEE, 2008.

A HISTÓRIA DA VACINA - Capítulo 2 - A vacínia

Edward Jenner intrigou-se com a camponesa e resolveu investigar melhor o caso, visitando os currais onde ela trabalhava. Ele procurava por alguma coisa que estivesse presente nesses currais e em mais nenhum lugar, e que pudesse estar protegendo essas camponesas do contato com a varíola mortal.

- Vocês bebem muito leite de vaca aqui, certo?

- Nem tanto - respondeu a camponesa. - O leite é caro, vendemos quase tudo para as pessoas da cidade. Aposto que tem gente lá que bebe muito mais que eu.

"Não pode ser o leite", raciocinou o médico. "Muita gente que bebe desse leite, vindo dessas mesmas vacas, pegou a varíola e agora está em quarentena".

Ele ia por esses pensamentos quando, quase que por acidente, notou que algumas vacas tinham feridas muito parecidas com as que os doentes de varíola possuíam. Isso chamou muito a sua atenção.

- Essas vacas estão doentes, com varíola - esclareceu a camponesa. - Só que essa é a varíola das vacas, que chamamos de vacínia.

- E quem mexe nessas vacas não pega varíola? - quis saber o médico.

- Pega sim. Mas não é como a varíola da cidade, que pode até matar. A pessoa fica doente, com febre, mas não chega nem a ficar de cama. Pode voltar pro trabalho logo, logo. Aquela varíola que mata, ninguém daqui pega, não. Não depois de pegar a varíola das vacas.

De fato, naqueles currais nunca houve ninguém que contraísse a varíola.

Fonte: São Paulo (Estado) Secretaria da Educação. Caderno do professor: biologia, ensino médio - 1a série, 3o bimestre. São Paulo: SEE, 2008.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

A HISTÓRIA DA VACINA Capítulo 1 - A camponesa destemida

Houve uma época em que contrair a doença chamada varíola era quase uma sentença de morte. As primeiras febres e indisposições podiam ser confundidas com uma gripe, mas o aparecimento de feridas vermelhas na pele já era motivo de muita preocupação. Como é uma doença extremamente contagiosa, assim que se descobria um doente, tratava-se de isolá-lo das pessoas sadias e aguardar o destino: uma rara recuperação ou, o que acontecia muitas vezes, a morte.
Na Inglaterra do fim do século XVIII, um médico presenciou essa terrível situação. Tratando dos doentes isolados, que estavam desenganados e aguardando a morte, ouviu falar de uma senhora que se gabava de não pegar varíola. Ela, ao contrário das outras pessoas, andava entre os doentes, sem medo de contrair a terrível moléstia.
Intrigado com o comportamento dessa mulher, o médico Edward Jenner tentou descobrir por que ela tinha tanta certeza de ser imune à doença. Ao que ela respondeu:
- Ora, isso porque eu trabalho com as vacas. E todos sabem que quem trabalha com elas não pega varíola. Alguma coisa nos currais nos deixa fortes contra essa doença.
E o médico viu que era verdade: nenhuma das companheiras de trabalho daquela camponesa jamais contraíra varíola, apesar de terem tido contato com muitos doentes.

Fonte: São Paulo (Estado) Secretaria da Educação. Caderno do professor: biologia, ensino médio - 1a série, 3o bimestre. São Paulo: SEE, 2008.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

O FILO DOS CORDADOS - CARACTERÍSTICAS GERAIS E CLASSIFICAÇÃO

As características exclusivas de um animal do Filo dos cordados, e que estão presentes pelo menos nos estágios iniciais de desenvolvimento embrionário são:
  • Notocorda ou corda dorsal - bastão fibroso localizado na região dorsal, destinado à sustentação do corpo. Nos vertebrados está presente apenas nos estágios iniciais do seu desenvolvimento embrionário e depois é substituída pela coluna vertebral ou espinha dorsal.
  • Fendas branquiais - orifícios pequenos localizados na faringe que tem função na respiração e na filtração de alimentos. Nos anfíbios, répteis, aves e mamíferos, estão presentes apenas na fase embrionária, fechando-se nas etapas seguintes do desenvolvimento.
  • Tubo nervoso dorsal - nos cordados, o sistema nervoso central, além de ocupar a região cefálica, ocupa uma posição dorsal, como um tubo nervoso longitudinal e único. Nos demais grupos animais estudados até aqui, quando o sistema nervoso estava presente, apresentava-se como um sistema duplo de cordões ventrais.
O filo Chordata (cordados) constitui um grupo muito heterogêneo e divide-se em dois grupos:


  • Os protocordados - formados pelos sub-filos Urochordata (urocordados), ou Tunicata (tunicados) e Cephalochordata (cefalocordados) e

  • os eucordados - formado pelo sub-filo Vertebrata (vertebrados).

Urocordados e cefalocordados formam o grupo dos protocordados. Os eucordados dividem-se em dois grupos:

1 - Agnatha (ágnatos) - que possuem uma única classe: Cyclostomata (os ciclostomados como a lampréia e o peixe-bruxa); e

2 - Gnasthostomata (gnatostomados) - que distribuem-se em duas superclasses:

  • Pisces (peixes), que compreende a classe Chondrichtyes, ou peixes cartilaginosos, como raias e tubarões; e a classe Osteichthyes, ou peixes ósseos, como as tainhas, robalos, salmões entre outros peixes ósseos;
  • Tetrapoda (tetrápodes) - essa superclasse abrange os anfíbios, répteis, aves e mamíferos, todos portadores de dois pares de membros. Nas aves o par de membros anteriores é modificado em asas.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

A DUPLICAÇÃO DO DNA

O que caracteriza o DNA como sendo a molécula mestre da vida é sua capacidade de autoduplicação, de forma a formar uma cópia exata de si mesmo. Essa característica faz com que as células, após a divisão celular, recebam as mesmas instruções genéticas, o que permite a continuidade da vida na Terra. É a replicação do DNA que explica as semelhanças existentes entre as sucessivas gerações de uma espécie, uma vez que o conjunto do DNA se mantém, no geral, inalterado ao se transferir dos pais para os filhos.
O processo de duplicação do DNA ocorre nas seguintes etapas:
  • Rompimento das pontes de hidrogênio que ligam as bases nitrogenadas e separação dos dois filamentos da molécula de DNA

  • Encaixe de nucleotídeos livres que existem no núcleo da célula nos nucleotídeos dos filamentos que se separaram: a adenina se liga à timina, a citosina à guanina e vice versa.

  • Formação das duas novas moléculas de DNA, após o término dos encaixes dos nucleotídeos livres nos filamentos separados.
Cada nova molécula de DNA contém um filamento novo e um filamento do DNA original que serviu como molde para a formação do complementar. É por isso que a duplicação do DNA é denominado semiconservativo.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

QUALIDADE DE VIDA

Atualmente é um dos temas mais comentados e discutidos: qualidade de vida ! No trabalho e no pessoal, mas o que seria esta qualidade de vida ?


A qualidade de vida é um termo empregado para descrever a qualidade das condições de vida levando em consideração fatores como saúde, educação, bem-estar físico, psicológico, emocional e mental, expectativa de vida etc. A qualidade de vida envolve também elementos não relacionados, como a família, amigos, emprego ou outras circunstâncias da vida.


Entende-se por qualidade de vida a percepção do indivíduo tanto de sua posição na vida, no contexto da cultura e nos sistemas de valores nos quais se insere, como em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações. É um amplo conceito de classificação, afetado de modo complexo pela saúde física do indivíduo, pelo seu estado psicológico, por suas relações sociais, por seu nível de independência e pelas suas relações com as características mais relevantes do seu meio ambiente.


Qualidade de vida é o jeito que cada um escolhe para viver bem. Então, define-se como ter qualidade de vida o jeito que cada um escolhe para viver. Qualidade de vida é uma opção pessoal. Só que, para tomar uma decisão consciente, as pessoas precisam de informações. É por isso que qualidade de vida tem a ver com escolhas de bem-estar -- claro que elas estão limitadas pelos padrões de convivência social. A idéia de associar exercícios físicos à qualidade de vida, por exemplo, nasceu nos Estados Unidos, na década de 70. Para algumas pessoas, realmente funciona assim, mas tem gente que simplesmente abomina fazer ginástica. Essas pessoas podem optar por uma levar uma vida sedentária, mesmo sabendo dos prejuízos que isso acarreta para a saúde. Por mais estranho que possa parecer, tal atitude não deixa de ser uma escolha de bem-estar, uma vez que essas pessoas têm consciência da decisão que tomaram e não estão prejudicando ninguém.




terça-feira, 7 de outubro de 2008

OS ÁCIDOS NUCLÉICOS

Nos seres vivos, existem dois tipos básicos de ácidos nucléicos: o ácido desoxirribonucléico, representado pela sigla DNA ou ADN, e o ácido ribonucléico, representado pela sigla RNA ou ARN.
Os ácidos nucléicos são conhecidos há mais de 100 anos. Na segunda metade do século XIX, o pesquisador Miescher retirou, do núcleo de glóbulos brancos, substâncias ricas em fósforo e nitrogênio, que ele denominou, genericamente, de nucleínas. Mais tarde, foi adotado o termo "ácidos nucléicos". Tanto o termo nucleína como a expressão ácidos nucléicos revelam a antiga crença de que essas substâncias existiam apenas no núcleo celular.


Apesar de os ácidos nucléicos serem conhecidos há bastante tempo, a compreensão de sua importância é muito mais recente.


Foi somente em 1953, que James Watson e Francis Crick propuseram um modelo para a molécula de DNA, que lhes valeu o Prêmio Nobel de Fisiologia e Medicina de 1962. De acordo com esse modelo, a molécula do DNA é constituída por dois filamentos (cadeias de nucleotídeos) enrolados, um ao redor do outro, na forma de uma hélice dupla. Os nucleotídeos de um mesmo filamento ficam unidos por uma ligação que se estabelece entre a pentose de um nucleotídeo e o fosfato do nucleotídeo vizinho. Os filamentos são mantidos juntos por quatro bases nitrogenadas, duas purinas (adenida e guanina) e duas pirimidinas (timina e citosina), arranjadas aos pares e dispostas perpendicularmente ao eixo da molécula. Essas bases estão unidas através de pontes de hidrogênio situadas entre uma base púrica e uma base pirimídica, sendo que à adenina só pode se ligar a timina, e à guanina só se liga a citosina.


Os ácidos nucléicos são as maiores moléculas encontradas no mundo vivo e responsáveis pelo controle dos processo vitais básicos em todos os seres vivos.


Sabemos que as enzimias regulam as funções vitais mediante o controle que exercem sobre as reações bioquímicas que se processam no organismo. Acontece que todas as enzimas são produzidas sob a "supervisão" de um ácido nucléico. Em outras palavras: os ácidos nucléicos comandam a síntese de enzimas, de acordo com o tipo de "programação" que apresentam. Assim, qualquer altaração na estrutura química de um determinado ácido nucléico pode provocar uma alteração na síntese de enzima por ele "supervisionada". Isso, evidentemente, pode acarretar modificações, por vezes profundas, no comportamento bioquímico da enzima e, portanto, nas reações das quais ela participa, com comprometimento até da própria vida celular.


Fonte: Biologia - César e Sezar, Biologia - Paulino

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

OS EQUINODERMOS

Os equinodermos são um grupo de invertebrados exclusivamente marinhos. São de vida livre, carnívoros ou detritívoros, com a epiderme provida de espinhos e endoesqueleto carcário. Como exemplo de animais desse grupo temos as estrelas-do-mar, os ouriços-do-mar, as bolachas-do-mar e os pepinos-do-mar, entre outros.
Todos os equinodermos são animais triblásticos e celomados. Suas larvas possuem simetria bilateral, porém à medida que se desenvolvem passam a exibir simetria radial. Os equinodermos vivem no fundo dos mares (são bentônicos), deslocando-se sobre o substrato, porém não possuem cabeça nem corpo segmentado.
Uma das características que identificam os representantes desse grupo é o sistema aquífero ou ambulacrário, que é um sistema complexo de lâminas, canais e válvulas, relacionados com a locomomoção, respiração, secreção, percepção e circulação do animal. Este sistema começa com uma placa perfurada, localizada na região dorsal do animal, denominada placa madrepórica, por onde a água penetra. Após passar pela placa madrepórica, a água alcança uma série de canais, atingindo os pés ambulacrários, que são cilíndros fechados que se projetam para o meio externo através de poros existentes no endoesqueleto. A variação da pressão da água sobre os pés ambulacrários, permite a expansão ou a retração dos mesmos, o que causa o deslocamento do animal.
O sistema digestório é completo, com boca e ânus. As bocas dos ouriços-do-mar apresentam uma estrutura trituradora composta por cinco dentes calcários, denominada lanterna-de-aristóteles. Os equinodermos, porém, não possuem sistema excretor; seus excretas são eliminados por difusão pela superfície corporal.
São animais dióicos, com fecundação externa e formação de larvas ciliadas (desenvolvimento indireto).

terça-feira, 30 de setembro de 2008

OS ARTRÓPODES

Os artrópodes são o maior grupo animal conhecido, abrigando mais de um milhão de espécies adaptadas à vida na terra, no solo, em água doce e salgada. Compreendem os insetos (traças, piolhos, moscas, borboletas etc), crustáceos (camarões, siris, lagostas etc), aracnídeos (aranhas, escorpiões, carrapatos), quilópodes (centopéias), diplópodes (piolhos-de-cobra).

Esse grupo de animais caracterizam-se pela presença de pernas articuladas, com juntas móveis, por serem triblásticos, celomados e dotados de simetria bilateral.
Possuem corpo segmentado e dividido em cabeça, tórax e abdome. Em alguns animais, há a fusão entre a cabeça e o tórax, sendo o corpo, então, dividido em cefalotórax e abdome.
Artrópodes possuem exoesqueleto de quitina, um polissacarídeo resistente. Nos crustáceos, além da quitina, o exoesqueleto comumente apresenta-se impregnado por cálcio.
O exoesqueleto limita o crescimento do animal, por isso para crescer são obrigados a abandonar o exoesqueleto antigo e formar um novo maior. Esse fenômeno é denominado muda ou ecdise.
Todos os artrópodes possuem sistema digestório completo, com boca e ânus. A excreção ocorre de maneiras diferentes para cada grupo de artrópodes. Nos insetos a excreção ocorre através dos túbulos de Malpighi; nas aranhas, pelas glândulas coxais; nos crustáceos, pelas glândulas verdes. Nos insetos a respiração ocorre por traquéias; nos crustáceos por brânquias e nos aracnídeos através das pulmotraquéias.
Os artrópodes geralmente são dioicos, (sexos separados). A fecundação geralmente é interna e o desenvolvimento pode ser direto ou indireto, dependendo do grupo estudado.

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

OS MOLUSCOS

Os moluscos são representados pelos caracóis, caramujos, lesmas, ostras, mexilhões, polvos, lulas, entre outros animais.

Os moluscos são animais triblásticos, celomados e de simetria bilateral. Possuem corpo viscoso, mole e não-segmentado, geralmente envolvido por uma concha calcária. As lesmas e os polvos não têm conchas. As lulas apresentam uma concha interna, denominada pena. O corpo de um molusco é constituído de três partes: cabeça, pé e massa visceral.

Na maioria dos moluscos a massa visceral é recoberta por uma prega epidérmica carnosa chamada manto ou pálio, responsável pela produção da concha calcária. Entre o manto e a massa visceral existe um espaço denominado cavidade do manto ou cavidade palial, que desempenha funções respiratórias, abrigando brânquias (nos moluscos aquáticos) ou pulmões rudimentares (nos caracóis terrestres).
A boca exibe uma língua provida de dentículos que se prestam a ralar os alimentos. Essa língua, denominada rádula, constitui uma estrutura exclusiva dos moluscos, estando ausente apenas na classe Pelecypoda (ostras e mariscos), que são animais filtradores.

A respiração pode ser cutânea (lesmas), branquial (mexilhões) ou pulmonar (caramujos terrestres). O sistema digestório é completo, com boca e ânus.

A maioria dos moluscos é dióica e o desenvolvimento pode ser direto ou indireto.
Fonte: Biologia, Wilson R. Paulino, Editora ática.

sábado, 27 de setembro de 2008

O QUE É DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

Os modelos de desenvolvimento adotados pelo homem até hoje, sempre tiveram consequências desastrosas para o ambiente. Por outro lado, sabemos que a pobreza de um país somente pode ser combatida promovendo o desenvolvimento. Como conciliar desenvolvimento econômico com preservação ambiental? Através do desenvolvimento sustentável.
O conceito de desenvolvimento sustentável: aquele que "satisfaz as necessidades presentes, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades", foi adotada em 1987 pela então primeira ministra da noruega Gro Harlem Brundtland e consolidado durante a Eco92 no Rio de Janeiro.

Podemos dizer, em outras palavras, que o desenvolvimento sustentável seja o desenvolvimento econômico, social, científico e cultural das sociedades, garantindo mais saúde, conforto e conhecimento, mas sem exaurir os recursos naturais do planeta, ou seja podemos nos aproveitar do meio ambiente, em benefício das populações que vivem nele, contanto que o façamos de forma cuidadosa, com o máximo de preservação, sem causar os danos que os modelos atuais de desenvolvimento têm causado.

Para isso, todas as formas de relação do homem com a natureza devem ocorrer com o menor dano possível ao ambiente. As políticas, os sistemas de produção, transformação, comércio e serviço - agricultura, indústria, turismo, serviços básicos, mineração etc - e o consumo têm de existir preservando a biodiversidade e as próprias pessoas, enfim protegendo a vida no planeta.
Assim, sob a perspectiva do desenvolvimento sustentável, as indústrias devem controlar a emissão de gases poluentes na atmosfera e evitar lançar resíduos tóxicos no solo e rios; a agricultura deve buscar reduzir o uso de agrotóxicos e o desmatamento de áreas naturais - matas, cerrados etc; as cidades devem respeitar as áreas de florestas e rios que protegem seus mananciais e reduzir o volume de resíduo inaproveitado.

De modo geral, as pessoas devem tomar atitudes como não desperdiçar água, destinar corretamente seu lixo, consumir alimentos mais saudáveis, preservar bosques e todo tipo de área verde.
O sucesso depende da compatibilidade entre o crescimento econômico e a preservação ambiental.

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

HERANÇA LIGADA AO SEXO

A herança é ligada ao sexo quando os genes envolvidos estão situados no cromossomo X, em sua porção não-homóloga ao cromossomo Y. Portanto, os genes ligados ao sexo estão presentes apenas no cromossomo X. O fato de as células femininas possuírem dois cromossomos X faz com que as mulheres sejam portadoras dos genes ligados ao sexo em dose dupla, ou seja, possuam pares de genes alelos ligados ao sexo. Como as células de um indivíduo do sexo masculinos possuem apenas um cromossomo X, nos homens os genes ligados ao sexo aparecem apenas em dose simples. Portanto, enquanto as mulheres podem ser, em relação ao genes ligados ao sexo, homozigotas ou heterozigotas, os homens serão sempre hemizigotos.


Algumas anomalias humanas são causadas por genes ligados ao sexo, entre elas, o daltonismo e a hemofilia.

Daltonismo - O termo daltonismo origina-se do sobrenome do naturalista inglês John Dalton (1766-1844), que apresentava essa anomalia. O daltonismo caracteriza-se por uma cegueira parcial para cores. Existem três tipos de daltonismo, um deles causado por um gene ligado ao sexo. Nesse caso de daltonismo, a pessoa não distingue a cor verde e a cor vermelha.


O daltonismo é determinado por um gene recessivo localizado no cromossomo X, em sua porção não-homóloga ao Y. É representado pelo símbolo Xd. Seu alelo dominante, que determina a visão normal, é representado pelo símbolo XD.


As relações de genótipos e fenótipos para homens e mulheres, em relação ao daltonismo, fica assim:
  • XDXD - mulher normal,

  • XDXd - mulher normal (portadora),

  • XdXd - mulher daltônica,

  • XDY - homem normal,

  • Xdy - homem daltônico.

Hemofilia - A hemofilia é uma doença caracterizada por uma dificuldade de coagulação sanguínea, devido a uma insuficiente produção de tromboplastina, uma enzima muito importante no processo de coagulação sanguínea. Num hemofílico, qualquer ferimento, por mais pequeno que seja, pode causar hemorragias graves.

Essa anomalia também é ligada ao sexo, ou seja, é condicionada por um gene localizado no cromossomo X, em sua porção não-homóloga ao Y. Assim, enquanto as mulheres têm dois genes para a hemofilia, os homens posssuem apenas um gene.

As crianças afetadas pela hemofilia normalmente são do sexo masculino e da mesma forma que no daltonismo, recebem o gene de sua mãe (Xh). As filhas de homens hemofílicos são normais, porém heterozigotas e, portanto, portadoras.

As relações entre genótipos e fenótipos, para mulheres e homens, na hemofilia, fica assim:

  • XHXH - mulher normal,

  • XHXh - mulher normal (portadora),

  • XhXh - mulher hemofílica,

  • XHY - homem normal,

  • XhY - homem hemofílico.

domingo, 21 de setembro de 2008

3o ano - aula 14 - OS PLATELMINTOS

Os Platelmintos são vermes dotados de corpo achatado dorsiventralmente. Na escala evolutiva dos seres vivos são os primeiros a apresentar simetria bilateral. Apenas animais com esse tipo de simetria apresentam superfícies dorsal e ventral, além de extremidades anterior e posterior. São os primeiros, também, a apresentar um processo de cefalização, ou seja uma concentração de estruturas sensoriais na extremidade anterior, já que esta extremidade é a primeira a entrar em contato com o ambiente. 
Os platelmintos são animais triblásticos, isto é, o embrião produz, além da ectoderme e da endoderme, a mesoderme, um terceiro folheto germinativo, que substitui a mesogléia dos cnidários e o mesohilo dos poríferos. A mesoderme, que aparece aí pela primeira vez na escala evolutiva dos animais, produz também músculos e outros órgãos.
Mesmo sendo triblásticos, os platelmintos são acelomados, isto é, não possuem cavidade corporal, sendo que os espaços entre os órgãos são preenchidos pela mesoderme.
Não possuem sistemas respiratório e cardiovascular e seu sistema digestório é incompleto, ou seja, o ânus está ausente. Os alimentos, após ingeridos, são parcialmente digeridos no interior da cavidade gastrovascular e posteriormente completada no interior de vacúolos digestivos das células da gastroderme. Os restos alimentares são eliminados pela boca.
É importante salientar que a tênia, parasita do intestino humano, não possui sistema digestório, pois absorve através da superfície de seu corpo os nutrientes já digeridos no corpo de seus hospedeiros.

A eliminação de excretas nitrogenados se faz por células ciliadas denominadas células-flama (também denominados solenócitos ou protonefrídeos), presentes apenas nos platelmintos.

Os platelmintos podem ser monóicos (um único organismo apresenta os dois sexos), como as tênias ou dióicos (sexos separados), como Schistosoma mansoni.

Como exemplos de seus representantes, destacamos as planárias, de vida livre, e alguns parasitas humanos muito conhecidos, como as tênias (solitárias) e os esquistossomos (causadores da esquistossomose).

VÍDEO - HIDRA DE ÁGUA DOCE

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

OS CROMOSSOMOS SEXUAIS

Na espécie humana, as células somáticas abrigam 46 cromossomos, sendo 23 de origem paterna e 23 de origem materna. A determinação do sexo num indivíduo resulta da interação de genes situados num único par de homólogos, denominados cromossomos sexuais ou alossomos. Os 22 pares restantes constituem os autossomos, cromossomos que não estão relacionados com as características sexuais.
No sexo feminino, os dois cromossomos sexuais existentes exibem a mesma forma e são denominados cromossomos X. Já no sexo masculino, existe apenas um cromossomo X; o outro, menor, é denominado cromossomo Y. Assim:


  • Homem - 44 autossomos + XY.
  • Mulher - 44 autossomos + XX.
Em relação aos cromossomos sexuais, a mulher produz apenas um tipo de gameta: 22A + X, sendo denominada homogamética e o homem, por sua vez, produz dois tipos de gametas: 22A + X e 22A + Y, sendo denominado heterogamético.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

1o ano - aula 14 - OS PRINCIPAIS POLUENTES DO AR

Os poluentes do ar são uma mistura de várias substâncias dispersas nele. Abaixo listamos as principais categorias de poluentes, com informações sobre cada uma delas:

  • Partículas em suspensão - Mistura de partículas sólidas e líquidas suspensas no ar, visualizadas como poeira ou fumaça; podem conter qualquer um dos demais poluentes. Ex.: os diversos tipos de poeiras lançadas no ar pela indústria cerâmica.
  • Compostos orgânicos voláteis - Materiais como gasolina, solventes e soluções de limpeza, que ficam no ar em estado de vapor.
  • Dióxido de carbono (gás carbônico) - subproduto normal das combustões e da respiração de organismos vivos; é matéria-prima para a fotossíntese. Sua taxa no ar está crescendo, e é um dos maiores responsáveis pelo efeito estufa
  • Monóxido de carbono - gás invisível, inodoro, letal a partir de certa dosagem, que se combina como a hemoglobina de forma estável, prejudicando o transporte de O2. Perigoso na proporção de 10 ppm (partes por milhão). Favorece o aparecimento de anemias.
  • Óxido de nitrogênio e de enxofre - convertidos, respectivamente, em ácido nítrico e ácido sulfúrico, quando se combinam com o vapor de água existente na atmosfera. São responsáveis pelas chuvas ácidas. Ambos diminuem a capacidade de formação de anticorpos.
  • Chumbo e outros metais pesados, como mercúrio e cádmio - O chumbo é muito perigoso; mesmo em baixas concentrações, danifica as células do cérebro, podendo levar à morte. O cádmio, presente em vários tipos de baterias recarregáveis, como as de telefones celulares, e o mercúrio, componente das baterias de relógio, também são muito tóxicos, o que exige uma cuidadosa reciclagem desses produtos para evitar a contaminação do ambiente.
  • Ozônio (O3) - Embora importantíssimo quanto nas camadas superiores da atmosfera, por proteger contra os raios ultravioleta, o ozônio é altamente tóxico para os seres vivos; no nível do chão, portanto, é um forte poluente.
  • Materiais tóxicos do ar - Incluem substâncias químicas causadoras de câncer, materiais radiotativos e outras substâncias, como o benzeno, o cloreto de vinila e o amianto.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

3o ano - aula 13 - OS CNIDÁRIOS

Os cnidários ou celenterados, que compreendem as hidras, as águas-vivas, os corais, e as anêmonas-do-mar, entre outros, são animais aquáticos, a maioria marinhos, fixos no fundo do mar e lagos, ou nadadores, podendo ser solitários ou coloniais.

São animais predadores, possuindo espécies de tamanhos variados, desde espécies microscópicas até espécies com indivíduos de vários metros. São organismos diblásticos (possuem apenas dois folhetos germinativos: ectoderme e endoderme), com simetria geralmente radial. Seu corpo é dotado de uma única abertura, a boca, que também tem função de ânus. Essa abertura desemboca numa cavidade gastrovascular.

A parede externa é revestida por uma camada de células epidérmicas e a interna é constituída pela gastroderme. Nesta camada celular interna existem células glandulares que secretam e liberam suco digestório no interior da cavidade gástrica. Esse suco promove a digestão parcial do alimento obtido. A digestão se completa quando o alimento parcialmente digerido é encerrado em vacúolos digestórios no interior das células da gastroderme. A digestão dos cnidários, portanto, é extra e intracelular.

Uma camada gelatinosa de sustentação, a mesogléia, existe entre a epiderme e a gastroderme. Uma rede nervosa, intercomunicando as células, existe entre a epiderme e a mesogléia.
Os cnidócitos presentes na epiderme são as células características dos cnidários. São células modificadas que promovem a defesa do animal e contribuem para a captura dos alimentos. Os cnidócito são dotados de uma cápsula denominada nematócisto, que abriga no seu interior um tubo enovelado com líquido urticante; contém também um cílio sensorial que ao ser tocado funciona como um gatilho, disparando o nematocisto e projetando o filamento urticante que é injetado na vítima.
Os cnidários podem apresentar duas formas básicas distintas: pólipo, como as anêmonas-do-mar, ou medusa, como as águas-vivas.
Os pólipos normalmente são fixos por uma extremidade; possuem corpo cilíndrico e, na extremidade livre, uma boca rodeada de tentáculos. A medusa assemelha-se a um sino, tendo a boca em posição inferior e as bordas dotadas de tentáculos.

O deslocamento das medusas se dá por jato-propulsão: contrações dos bordos do corpo do animal determinando a rápida expulsão da água acumulada na face côncava. a eliminação da água em forma de jato permite o deslocamento do animal no sentido oposto.
Os cnidários podem se reproduzir de forma assexuada ou sexuada. A reprodução assexuada ocorre geralmente por brotamento. Nesse caso, formam-se brotos em determinadas regiões do corpo do animal; cada broto desenvolve-se e origina um novo indivíduo. Esse novo animal pode se manter unido à forma original formando uma colônia, ou se destacar e apresentar vida independente.
Muitas espécies de cnidários reproduzem-se por metagênese, ou alternância de gerações. Nesse caso, a fase sexuada é representada pela forma medusóide, enquanto a fase assexuada é representada pela forma polipóide. De uma espécia para outra, entretanto, pode variar a fase dominante: na Aurelia, a fase dominante é a medusa (sexuada), enquanto que na Obelia, a fase dominante é o pólipo.